quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Posse responsável de animais vira assunto em sala de aula


SECOM/EMERSON FERRAZ

Em Sorocaba, cuidar da higiene, alimentação, vacinação e, principalmente, não maltratar os animais de estimação, agora são ensinados em sala de aula. A posse responsável de animais é um dos temas do Programa Escola Saudável, mantido em parceria pelas Secretarias da Educação (Sedu) e da Saúde (SES). A ação atinge cerca de 54 mil estudantes de até 10 anos, em 162 escolas municipais e estaduais. A abordagem nas escolas começou em agosto, quando foi iniciada a campanha de vacinação contra a raiva na cidade.

As classes são visitadas por 27 auxiliares de educação envolvidos com as atividades. Todos são capacitados pela SES para a abordagem dos temas relacionados à saúde. Em julho ocorreu o treinamento do grupo quanto à posse responsável. O conteúdo foi aplicado pela Seção de Zoonoses, que mantém um programa permanente voltado à conscientizaçã o dos sorocabanos sobre os deveres dos proprietários dos animais e os cuidados que os bichos de estimação.

Na Escola Municipal Leonor Pinto Thomaz, o novo tema foi recebido pelas crianças e resultou numa exposição de trabalhos, iniciada quinta-feira. O auditório foi decorado com cartazes e outros recursos utilizados pelas crianças de 1.ª a 4.ª série do ensino fundamental. A exposição mostra como os animais devem ser tratados e também como os proprietários não devem agir. Aprendi que não pode maltratar o bichinho e não pode deixar solto na rua, porque pode ser atropelado e ficar doente, ensinou Carolline Vegas Rodrigues, 6 anos, aluna da 1.ª série.

Outro fator citado foi a exibição do filme Fulaninho o cachorro que ninguém queria, produzido pelo Instituto Nina Rosa, uma organização não-governamental de São Paulo. Certamente o filme foi um dos pontos fortes do trabalho e inspirou a maioria dos cartazes, contou Maricelma Andrade Pinheiro, uma das auxiliares de educação do Escola Saudável. Karen Cristine, 8 anos e aluna da 2.ª série, baseou-se no filme para fazer o trabalho e confirma ter se sensibilizado com a história do cãozinho. Por causa de Fulaninho e das informações que recebeu, a menina contou que desistiu de abandonar seu cachorrinho: não vou mais dar o meu cachorro. Vou cuidar dele até os quinze anos ou até quando ele viver.

Para Sandra Regina Perez, professora da 4.ª série, foi surpreendente a rapidez com que os alunos se envolveram com o tema: Muitos têm animais de estimação em casa e isso pode ter facilitado esta resposta tão rápida e positiva. A orientação das crianças, certamente, será um reforço importante, como já ocorre com a dengue. As crianças conscientizadas levam informação para casa, cobram uma postura correta dos familiares e conhecidos, comentou Nila Púglia, chefe da Zoonoses.

Em nota à imprensa, a secretária da Educação Maria Teresinha Del Cístia frisou que o trabalho reflete na formação das crianças como cidadãos, uma vez que a convivência com animais de estimação exige cuidados e também conscientizaçã o, que podem e devem ser ensinados na escola, para alunos desde a educação infantil, com o objetivo de tornar esta relação responsável e harmoniosa.

Final de semana terá feira de doação

A ONG Salve se Puder realiza neste final de semana uma feira de doação de animais, no autoposto Lotus, na avenida Dom Aguirre, no Jardim Santa Rosália. O evento, que tem apoio logístico da Fundação Alexandra Schulumberger (FAS), servirá para conscientizar da importância da posse responsável. A feira acontecerá de sexta-feira a domingo, das 9h às 17h. A presidente da ONG, Cristina Tagliassachi Hübner destaca que os animais que serão colocados para doação passaram por consulta veterinária, estão vermifugados e depois de adotados ganharão nova consulta. Os animais adultos também serão castrados.

Esta será a primeira vez que a Salve se Puder realiza uma feira do tipo sem parcerias, uma vez que a FAS encerrou sua participação em eventos do tipo, limitando-se a atuar como apoiadora e fornecedora de infra-estrutura para iniciativas como essas. A ONG atua essencialmente no resgate de cães de rua abandonados ou doentes e como agente fiscalizador no cumprimento de leis de proteção dos animais. Para adotar um animal é preciso ter no mínimo 18 anos, apresentar comprovante de endereço e assinar um termo de responsabilidade, no qual constarão dados do proprietário e do animal.


Fonte: notícia publicada na edição de 10/09/2008 do Jornal Cruzeiro do Sul. E na internet, em http://www.cruzeirodosul.inf.br/materia.phl?editoria=39&id=118244
Fonte: Instituto Nina Rosa

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